O contato pele a pele entre mãe e bebê é uma prática simples, mas profundamente impactante, que promove benefícios físicos e emocionais para ambos. Logo após o nascimento, colocar o bebê diretamente pele a pele com a mãe cria uma conexão única, ajudando na transição do recém-nascido para o mundo fora do útero. Essa prática, também conhecida como método canguru, é recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Ministério da Saúde do Brasil, especialmente por fortalecer o vínculo afetivo e apoiar o desenvolvimento saudável do bebê. Mas o que torna esse momento tão poderoso? Neste post, exploraremos os benefícios, como aplicar a prática e por que ela é essencial para mães e bebês.
O que é o contato pele a pele?
O contato pele a pele consiste em colocar o bebê, usando apenas fralda, diretamente sobre a pele da mãe, sem barreiras como roupas ou cobertores. Idealmente, deve ocorrer logo após o parto, por pelo menos uma hora, ou até que o bebê mostre sinais de querer mamar. A prática pode ser mantida nos dias e meses seguintes, sempre que possível, para reforçar seus benefícios.
Como funciona na prática?
Após o nascimento, o bebê é secado, coberto com uma manta leve (se necessário) e posicionado em contato direto com a pele da mãe. Em partos normais, isso pode acontecer imediatamente, enquanto em cesarianas, o pai ou outro acompanhante pode assumir o papel até que a mãe esteja pronta. O ambiente deve ser calmo, com pouca interferência, permitindo que mãe e bebê se conectem naturalmente.
Benefícios do contato direto entre a pele do bebê e a pele dos pais
O contato pele a pele oferece uma série de vantagens comprovadas para o recém-nascido, especialmente para prematuros. Abaixo, destacamos os principais benefícios:
Estabilização das funções vitais
O toque direto com a pele da mãe ajuda a regular a temperatura corporal, a frequência cardíaca e os níveis de glicemia do bebê. Estudos mostram que o corpo da mãe ajusta sua temperatura automaticamente para aquecer ou resfriar o bebê, reduzindo riscos de hipotermia.
Estímulo ao desenvolvimento neurológico
O contato pele a pele promove a liberação de ocitocina, o “hormônio do amor”, que reduz o estresse e estimula o desenvolvimento cerebral. Bebês prematuros, em particular, se beneficiam de estímulos sensoriais que favorecem o crescimento neurológico e motor.
Fortalecimento da imunidade
Ao entrar em contato com a pele da mãe, o bebê é exposto a bactérias benéficas que ajudam a colonizar sua flora intestinal, essencial para a defesa contra infecções. Além disso, o contato facilita a amamentação precoce, fornecendo colostro, rico em nutrientes e anticorpos.
Redução do choro e do estresse
O calor, o cheiro e os batimentos cardíacos da mãe acalmam o bebê, diminuindo os níveis de cortisol (hormônio do estresse). Isso cria uma sensação de segurança, essencial para a adaptação ao ambiente extrauterino.
Benefícios para a mãe
O contato pele a pele não é benéfico apenas para o bebê; ele também impacta positivamente a saúde emocional e física da mãe.
Promoção da amamentação
A proximidade com o bebê estimula a produção de ocitocina, facilitando a descida do leite e aumentando as chances de amamentação exclusiva. Mães que praticam o contato pele a pele relatam maior confiança no processo de amamentação.
Redução do risco de depressão pós-parto
A liberação de ocitocina durante o contato pele a pele ajuda a reduzir o estresse e os sintomas de depressão pós-parto, promovendo bem-estar emocional. Esse momento fortalece o vínculo afetivo, trazendo alívio e alegria para a mãe.
Sentir o bebê próximo e responder às suas necessidades fortalece a autoconfiança materna. A prática permite que a mãe se sinta protagonista no cuidado com seu filho, criando uma base sólida para a relação.
Como implementar o contato pele a pele?
Para que o contato pele a pele seja eficaz, algumas práticas simples podem ser seguidas:
- Imediatamente após o parto: Se possível, inicie o contato logo após o nascimento, evitando procedimentos desnecessários que separem mãe e bebê.
- Ambiente tranquilo: Reduza luzes fortes e ruídos para criar um espaço acolhedor.
- Posição confortável: A mãe deve estar sentada ou deitada, com o bebê em posição vertical, próximo ao peito.
- Duração: Mantenha o contato por pelo menos 1 hora ou até o bebê mamar pela primeira vez.
- Envolvimento do pai: Em casos de cesariana ou impossibilidade da mãe, o pai pode realizar o contato pele a pele, trazendo benefícios semelhantes.
E se o bebê for prematuro?
Para bebês prematuros, o método canguru é ainda mais crucial. Ele reduz o tempo em incubadoras, promove ganho de peso e diminui infecções hospitalares. A equipe de saúde deve orientar os pais sobre como realizar o contato com segurança, respeitando as condições clínicas do bebê.
Minha experiência: Tive a chance de experimentar o Método Canguru com uma das minhas filhas e, poucos minutos depois do início do contato pele a pele, as enfermeiras notaram grandes progressos nos parâmetros clínicos dela. Foi observada a estabilização da respiração, além de melhorias em sinais vitais como frequência cardíaca, saturação de oxigênio e temperatura corporal. Esse momento mostrou, de forma prática, os efeitos fisiológicos positivos e imediatos proporcionados pelo método.
Desafios e como superá-los
Embora o contato pele a pele seja amplamente recomendado, algumas barreiras podem dificultar sua prática, como rotinas hospitalares, cesarianas ou falta de informação. Para superar esses desafios:
- Converse com a equipe médica: Informe-se sobre os protocolos do hospital e peça para priorizar o contato pele a pele.
- Prepare-se durante o pré-natal: O pré-natal é um momento ideal para aprender sobre a prática e discutir com profissionais de saúde.
- Envolva a família: O apoio de parceiros e familiares pode facilitar a criação de um ambiente propício.
O papel da equipe de saúde
Profissionais de saúde, especialmente enfermeiros, desempenham um papel essencial ao incentivar o contato pele a pele. Eles podem orientar as mães, garantir um ambiente adequado e minimizar intervenções desnecessárias no pós-parto. Sempre pergunte aos profissionais do Hospital a possibilidade do contato pele a pele e peça orientações a respeito.
Conclusão: Um gesto simples, um impacto duradouro
O contato pele a pele entre mãe e bebê é mais do que um momento de carinho; é uma prática fundamentada em evidências científicas que promove saúde, bem-estar e vínculo afetivo. Desde a estabilização das funções vitais do bebê até o fortalecimento da confiança materna, seus benefícios se estendem por toda a vida. Para futuras mães, conhecer e planejar essa prática pode transformar a experiência do parto e os primeiros meses de vida do bebê. Continue explorando nosso site para mais dicas e informações sobre maternidade!
